A prática da jardinagem exige mais que tudo Amor naquilo que você está fazendo. É um trabalho de paciência e acompanhamento constante das atividades de um jardim, sejam elas no seu quintal ou em vasos. É uma atenção permanente e prazerosa. Os jardins são tão antigos quanto a própria vida das civilizações, pois os espaços naturais habitados pelos homens primitivos garantiam-lhes o “conforto” necessário para sua sobrevivência. À medida que se distanciavam das florestas que lhes serviam de berço, muitos elos naturais fundamentais para o equilíbrio da vida humana foram corrompidos pelo desenvolvimento técnico e econômico. Talvez, por isso, tenha ficado latente na humanidade, a necessidade e o sonho de resgatar o “paraíso perdido” para o progresso. E o resultado, a história vem registrando ao longo do tempo: a insistência da humanidade na elaboração de jardins cada vez mais belos e aconchegantes para devolver à mãe natureza tudo que dela foi tirado.
No link acima você tem acesso ao conteúdo completo do livro
Este livro é o resultado de nossa experiência na prática de jardinagem, de conhecimentos adquiridos com amigos, familiares e do Curso de Jardinagem que fiz no Instituto Universal Brasileiro.
Jardinagem é saúde física e mental
Jardinagem e estresse
A frase “Cultivar um jardim em casa tornou-se uma válvula de escape – o verde compensa o estresse do estilo de vida urbano.”, do paisagista Alex Hanazaki, é nosso motivo para desenvolver o tema Jardinagem e estresse.
O jardim caseiro propicia ao trabalhador(a) um tempo de atividades diferentes, criativas e de lazer no espaço aconchegante do lar. O(a) jardineiro(a) passa a freqüentar um ambiente calmo e natural, o que provoca uma sensação de paz e harmonia. Está no meio das cores das flores e do verde da paisagem que domina grande parte de um jardim.
O jardim oferece a quem participa efetivamente de sua elaboração uma variedade de atividades, pois o mesmo, é também espaço de trabalho, mas um fazer prazeroso e sem cobranças. Cada dia, a beleza do jardim, nos leva a um novo olhar sobre sua formação. É hora de dar uma limpeza em seu espaço. Capinar o mato que termina acumulando no terreno e nos vasos, podar galhos e folhas velhas, mudar o lugar de alguns vasos por questão de estética ou de desenvolvimento, aplicar fertilizantes e inseticidas, etc. Estas atividades terminam distraindo e ocupando o seu tempo de forma prazerosa e não como uma obrigação a ser cumprida. Suas preocupações cotidianas dão lugar à admiração de uma nova paisagem – a paisagem natural.
Nos dias atuais, a prática de alguma atividade que nos permita sair um pouco da roda viva do consumo e da agitação sem limites da sociedade capitalista, é uma necessidade para nossa sobrevivência com qualidade de vida. O sistema de produção capitalista globalizado do terceiro milênio deixa a maioria das pessoas sem opções de lazer, saúde e educação que atendam suas necessidades básicas.
Vivemos um tempo de intensa competição em todos os setores da sociedade, não só nas áreas tradicionalmente produtivas como a indústria e o comércio, mas também na educação, cultura, esportes, saúde e demais atividades sociais.
E para “amortecer” os efeitos desse tipo de sociedade, precisamos, com urgência, exercitar atividades “desestressantes” e prazerosas. E a jardinagem termina sendo mais uma alternativa de combate a uma depressão insustentável, aliada a outras atividades saudáveis como a leitura, e as atividades físicas e culturais. (A Arte da Jardinagem Caseira e Litorânea, p. 63-4)
Dicas importantes:
Ora-pro-nóbis com flores cor de rosa
Ora-pro-nóbis .
A ora-pro-nóbis é uma planta trepadeira ou arbusto das regiões tropicais de qualidades comestíveis e ornamentais. O nome curioso vem do latim e significa “rogai por nós”. Diz a lenda que os moradores de um vilarejo colhiam as folhas da planta no quintal da igreja, enquanto se ouvia o padre rezar em latim: “ora-pro-nóbis”, daí o seu nome. É um tipo de cacto raro e floresce no verão e outono. Suas flores mais conhecidas são brancas ou levemente rosadas, dobradas, com o centro alaranjado e um característico perfume de limão. Mas existem também o ora-pro-nóbis de flor cor de rosa, o de folhas amarelas e o tradicional que não dá flores, apenas alguns frutos espinhentos e folhas comestíveis.
No paisagismo esta belíssima espécie pode ser conduzida como trepadeira, servindo para a cobertura de pergolados, caramanchões, ou acompanhando cercas, gradis e coroando muros. Pode também formar uma bela e resistente cerca-viva.
As flores e folhas da ora-pro-nóbis são comestíveis, nutritivas e ricas em proteínas e ferro, além de outros nutrientes importantes para a saúde humana. É inclusive chamada de “carne do pobre” devido ao seu alto teor de proteína como a carne bovina. Suas mudas são feitas por estacas em qualquer época do ano. Prefere áreas sem muito sol, não tolerando altas temperaturas ou frio intenso. Desenvolve bem ao lado de muros com boa sombra.
Em Sabará (MG) acontece o Festival do Ora-pro-nóbis. É essencial em alguns pratos da culinária mineira.
Plantio em Vasos
Para o plantio de um vaso algumas regras são importantes, pois devemos criar nesse pequeno espaço um ambiente adequado para o desenvolvimento da planta. Primeiro você deve garantir uma boa drenagem para o escoamento da água depositada durante a rega, pois o acúmulo de água pode apodrecer as raízes da planta. Também a água não pode escoar com muita facilidade, pois assim, a planta não aproveita os nutrientes transportados por ela, pois logo a terra fica seca. A drenagem pode ser feita (e faço assim, é mais barato e funciona perfeitamente), com brita pequena de construção (aquelas pedrinhas utilizadas nas obras de construção civil). Coloque um pouco no fundo do vaso, podendo acrescentar areia para cobrir as pedras, especialmente no plantio de cactos e suculentas (auxilia na drenagem e evita que a terra atrapalhe a liberação da água), depois cubra a drenagem com terra de jardim misturada com terra vegetal (50% de cada parte). Logo após, pode colocar no vaso a planta que escolheu. Os vasos de plástico ainda são os melhores para se plantar, além do preço sair bem mais em conta. Quanto aos vasos de barro, é mito a ideia de que são os melhores, pois absorvem em excesso, a água das plantas em suas bordas. Agora é só regar a muda sem deixar encharcar, depois basta continuar com os cuidados básicos para mantê-la bem saudável!
Veja o esquema da imagem do vaso abaixo:
Em cima (4), temos a muda com algumas pedrinhas para decoração e retenção de umidade; no meio (3), as raízes juntamente com a terra de plantio que é chamada de substrato (terra vegetal com terra de jardim); e embaixo (2) uma pequena tela que substituo pela areia; e (1) as pedras de drenagem (na foto utilizaram argila expandida, mas uso brita de construção).
Curiosidades sobre Plantas e Flores
Antúrio: É a flor em forma de coração. A sua cor vermelha em forma de coração não é por acaso. O antúrio está, de fato, sempre associado aos sentimentos mais elevados como o amor e a amizade. Segundo a lenda, na Grécia Antiga, as flores do Antúrio eram as flechas de Cupido, que era considerado o deus do amor, sendo que suas flechas poderiam fazer as pessoas se apaixonarem.
Arruda: A arruda, desde muito tempo, está ligada à magia e à religião, sendo utilizada em muitos rituais africanos. No começo da Era Cristã, foi considerada uma erva santa e seus ramos serviam para jogar água benta nos fiéis em missas solenes. Na Idade Média, era usada como proteção contra as chamadas “bruxas”, que de bruxas não tinham nada, mas eram, simplesmente, mulheres que tinham conhecimento de formas naturais de curas com plantas medicinais da época, e isso despertava a inveja, principalmente dos poucos médicos existentes, que faziam parte da classe dominante medieval, ligada ao clero católico. Acredita-se que os portugueses introduziram um hábito, muito usado no Brasil, de se colocar um raminho de arruda atrás da orelha para afastar o mau-olhado.
Manjericão: O manjericão é venerado como planta imbuída de essência divina, consagrada a Krishna e Vishnu, deuses hindus. Por isso, os indianos escolheram a planta para ser usada nos juramentos nos tribunais. Além disso, na Índia, o manjericão é colocado no peito dos mortos para servir de passaporte para o paraíso. Em Creta, a planta simboliza o amor banhado em lágrimas e, na Itália, é usada como prova de amor.
Cacto: O cacto é considerado por algumas correntes do Feng Shui (técnica oriental de harmonização de ambientes) como purificador de ambientes. Segundo os especialistas dessa técnica milenar, ele age como uma barreira para os raios eletromagnéticos emitidos por aparelhos de TV e computadores.
Rosa: Considerada um ícone do amor, ela foi retratada em trabalhos artísticos durante a Idade Média e tornou-se um símbolo do Cristianismo – uma imagem bastante disseminada é a da Virgem Maria entre as rosas.
Pequeno vocabulário de Jardinagem
Drenagem: prática realizada no plantio, seja em vasos ou no próprio terreno do jardim, para liberar a água que não mais vai ser aproveitada pelas plantas.
Fotossíntese: processo natural em que as plantas absorvem luz solar para produzir alimentos e liberar oxigênio das plantas. Processo de purificação do ar pela ação das plantas, transformando o gás carbônico (prejudicial a nossa saúde) em oxigênio bom para a respiração e a vida do homem. Por isso, é tão importante a preservação de nosso patrimônio vegetal.
Híbrido: processo de reprodução de plantas que resulta do cruzamento de dois indivíduos geneticamente diferentes. A maioria das rosas faz parte desse processo.
Macronutrientes: são os elementos químicos essenciais para o desenvolvimento das plantas. São eles: Nitrogênio, fósforo, magnésio, sódio, cloro, potássio, enxofre e cálcio.
Micronutrientes: são os elementos químicos que agem na formação de proteínas e da clorofila, no transporte de elementos vitais, na respiração e na fotossíntese das plantas. São eles: ferro, zinco, cobre, iodo, manganês, flúor e outros.
NPK (Nitrogênio, Fósforo, Potássio): São elementos químicos essenciais para o desenvolvimento das plantas, e em sua fórmula NPK 10 10 10, deve ser aplicado pelo menos duas vezes ao ano em todas as plantas. Esta fórmula significa 10% de cada elemento químico no produto. Veja suas funções:
Nitrogênio (N): O Nitrogênio estimula a brotação e atua na formação de folhas e caules.
Fósforo (P): O fósforo estimula a floração, frutificação e formação de sementes, também favorece o enraizamento das mudas.
Potássio (K): O potássio é indispensável para a perfeita estruturação celular das plantas, aumenta sua capacidade de resistir à seca prolongada e também as fortalece para que resistam melhor ao ataque de pragas e/ou doenças.
pH: É a quantidade de íons de hidrogênio presentes no solo, indicando sua taxa de acidez. O valor 7 corresponde ao pH neutro. Abaixo disso, é acido, acima é básico ou alcalino. Para a correção do solo ácido acrescente uma porção de calcário e para o solo alcalino aplique sulfato de amônio.
Solo ácido: O solo ácido costuma apresentar a superfície de cor escura e quando molhado forma poças lamacentas. Para identificar o solo ácido, além da coloração de sua superfície e análise em laboratório, observe a existência de sapé, samambaias e/ou taboa em sua vegetação.
Solo alcalino: O solo alcalino tem a superfície clara e esbranquiçada. É rico em nutrientes, mas costuma provocar ferrugens em algumas plantas. A existência de trevo em grande quantidade em sua vegetação, pode caracterizar o tipo desolo alcalino.
Solo neutro: É o solo ideal para todas as plantas e possui coloração e características intermediárias entre o solo ácido e o alcalino.
Terra vegetal: é o composto orgânico que mistura terra com vegetais e restos de animais decompostos. É rico em húmus (restos de matéria de origens vegetal e animal) e nutrientes,
mas pobre em fósforo.
Topiaria: É a arte de controlar o crescimento das plantas para lhes emprestar contornos esculturais das formas mais variadas, artísticas e criativas.
Acima o ora-pro-nóbis em cima do pergolado. Ele dá uma boa sombra para as plantas que estão embaixo, além da beleza de suas flores entre as folhas.
O pergolado embaixo - um espaço de beleza e criatividade
A arte da poda
A poda de árvores e plantas de um jardim, mesmo as de vasos, deve ser feita respeitando seu tempo de floração ou seu período de maior desenvolvimento, por exemplo, quando uma planta tem seu período de maior crescimento anual na estação da primavera, deve ser feita a poda no inverno. Plantas de inverno devem ser podadas no verão, o que não é o caso das plantas tropicais.
As rosas são plantas tropicais e devem ser podadas no inverno, e de forma radical, ou seja, cortam-se os galhos e o tronco deixando-os apenas a meio metro do chão. Não se preocupe, elas não morrerão, como muitos pensam, mas brotarão com folhas e flores rejuvenescidas e belas. Dependendo de seu crescimento pode-se fazer mais de uma poda por ano.
Todas as plantas do jardim necessitam de podas leves durante todo o ano, pois o jardineiro precisa retirar pequenos galhos e folhas secas ou debilitadas que prejudicam o seu desenvolvimento. Isso vai depender da atenta observação do jardineiro. Podemos fazer algumas podas para promover um determinado formato na estética da planta, a critério de quem cuida do jardim, por exemplo, transformar uma trepadeira em uma frondosa árvore, como as buganvílias.
Jardinagem na Praia
Suculentas no jardim (são resistentes ao clima da praia)
Para o turista, a praia é sempre um ambiente de paisagem natural e espontânea, mas isto não é totalmente verdadeiro. Existe sim, uma paisagem natural e espontânea nas áreas de praia, mas existem também jardins elaborados por seus moradores. E para isto existem algumas instruções básicas, tanto para seus moradores quanto para quem apenas faz passeios em sua casa de praia e quer criar seu jardim; pois a praia é um espaço ambiental sujeito às adversidades climáticas comuns ao litoral, como altas temperaturas no verão, chuva, vento e maresia constantes, solo arenoso e com salinidade excessiva, além do frio durante o inverno. Portanto, estas condições não são tão favoráveis para a prática da jardinagem.
As características climáticas e físicas das áreas litorâneas devem ser levadas em consideração durante o planejamento do jardim, que também deve apresentar flores e/ou frutos no verão e também no inverno, pois sua beleza deve se manifestar durante todo o ano. Para que isto aconteça precisamos escolher as plantas que se adaptam ao tipo climático litorâneo, do contrário, teremos que refazer todo nosso planejamento todos os anos.
Uma característica muito importante do clima litorâneo é sua evaporação, pois, apesar de existir alta umidade do ar nestas regiões, existe também, uma rápida evaporação desta umidade, principalmente pela ação dos ventos, combinada com a presença do sol durante todo o ano no meio ambiente. Portanto, quando se planta em vasos, deve-se observar atentamente a evaporação da água regada no solo, realizando frequentemente sua reposição, se possível regar de dois em dois dias sem encharcar. As plantas, mesmo as litorâneas, não resistem a um intenso sol pleno do litoral, com exceção dos cactos.
A primeira fase do jardim na praia ou em qualquer outro lugar é a preparação adequada de seu solo. Na praia, por ser um solo muito arenoso, deve ser condicionado com terra mais argilosa e muita matéria orgânica, principalmente terra vegetal.
Os materiais utilizados no jardim devem ser de madeira para os suportes, e o plástico para o plantio em vaso; nunca utilize metais, mesmo os inoxidáveis. Uma dica importante na elaboração de um jardim à beira da praia é observar atentamente as plantas que ocorrem naturalmente no local, pois elas são adaptadas e em condições de suportar as adversidades. A partir daí, você pode acrescentar plantas novas, mas que se adaptam ao clima litorâneo. Há uma predominância do jardim tropical para as áreas litorâneas, pois suas plantas são as mais adaptadas às intempéries e combinam bastante com a paisagem da praia. Quanto à vegetação litorânea, predominam os cactos e as bromélias que são nativos do litoral. Os coqueiros, as palmeiras e as suculentas têm ótima adaptação ao litoral, além de outras plantas como as buganvíleas, o hibisco, a alamanda, a iuca e a ixora, entre outras. Cactos e bromélias são nativos do litoral. Quanto à grama, a esmeralda domina amplas áreas litorâneas, sendo nativas destas regiões, principalmente em Nova Viçosa (BA).
Ixora vermelha
Meu Jardim Lindo em Nova Viçosa – uma experiência única
Nasci em uma cidade continental em Minas Gerais, logo suas características físicas e climáticas são muito diferentes do litoral. Em 2017 mudamos, minha esposa e eu, para NovaViçosa, uma cidade litorânea.
Mesmo antes de nossa mudança já comecei a fazer algum plantio no terreno da casa que compramos, aliás, um terreno totalmente arenoso. As plantas sem nossa presença constante sentiram a falta de um atendimento mais de perto, portanto, seu desenvolvimento ficou limitado. Com nossa mudança passei a cuidar melhor do jardim; adubando a terra, limpando as áreas plantadas, acrescentando novas plantas ao quintal e vasos, etc. Hoje temos o nosso jardim com plantas tanto no quintal da casa quanto na área em frente ao muro da rua, pois o seu espaço permite quase a elaboração de um novo jardim. No início perdi muitas plantas, pois as mesmas não se adaptaram ao clima quente e úmido do litoral, mas com o tempo fui percebendo quais as plantas “gostavam” da paisagem litorânea, e hoje não vejo dificuldades em manter um jardim sempre belo todo o ano. Precisamos de paciência e Amor para desempenhar bem esta tarefa gratificante e bela que é a jardinagem.
Jardim e Horta
No jardim sempre reserve um espaço, mesmo que pequeno para a elaboração de uma horta, principalmente com temperos, pois estes, que geralmente têm cheiro forte, terminam expulsando insetos do jardim. O manjericão, a alfavaca, o alecrim rasteiro, a melissa e o capim-cidreira são excelentes para a saúde e possuem cheiros bons para o ser humano, mas que os insetos não gostam. Esses temperos são essenciais em qualquer jardim, mas você pode plantar também hortaliças e legumes.
Manjericão
Alfavaca
Taioba
Capim-cidreira
Melissa
Alegrim rasteiro
Poesias sobre Jardim
4o motivo da rosa
Não te aflijas com a pétala que voa:
Também é ser, deixar de ser assim.
Rosas verá, só de cinzas franzidas,
Mortas, intactas pelo seu jardim.
Eu deixo aroma até nos meus espinhos.
Ao longe, o vento vai falando de mim.
E por perder-me é que vão me lembrando,
Por desfolhar-me é que não tenho fim.
Cecília Meireles
Ninguém saberá
Do teu florescimento
Em meu peito
Do segredo
Deste jardim
Que cultivo
Em úmidas manhãs
Desta tua flor
Que trago
Em minha mãos cansadas
Dessa lavra em fértil terra
Onde a colheita
Nunca é certa
Posto que o plantio
Ainda que perfeito
Talvez tenha sido tardio...
Georgino Neto (Professor da Unimontes)
O ramalhete
Eu ando colhendo flores
Para a deusa dos amores,
Que além espera por mim.
Já tenho cravos cheirosos,
Não-me-deixes primorosos
E o branco e puro jasmim.
Tenho violetas dobradas,
Estas cravinas rajadas
E o fragrante mogorim:
Para ornar o ramalhete,
Tenho da sécia o alfinete
E um galhinho de alecrim.
Só a rosa aqui me falta,
Que só ela não esmalta
Esse tão lindo jardim!
Mas também para que rosas!
Se as tem nas faces mimosas
E em seus lábios de cetim!
Gonçalves de Magalhães
O ciúme das flores
As rosas não gostam das orquídeas
Pois são belas e desejadas
pelos jardineiros,
seus cuidadores.
O ciúme mata,
Como a inveja;
E assim acontece com as flores;
Talvez as rosas
Matem as orquídeas...
No meu jardim,
Pois gosto mais das rosas,
minhas preferidas.
Beto Souto
Mudas de Rosas
Aprendi esta técnica consultando postagens na internet. Quando for plantar rosas no método de estacas (estaquia), coloque vários galhos na terra, de preferência terra vermelha ou amarelada, mas pode usar também apenas areia ou terra vegetal, ou misturadas. Escolha os galhos mais verdes e com uma grossura normal, ou seja, nem fino demais e nem grosso em excesso. Coloque vários galhos em um mesmo vaso, pois alguns podem não pegar - isto é normal. Regue no início de forma abundante e depois de 7 em 7 dias, pois a rosa não gosta muito de umidade. Para o replantio no solo (as rosas não desenvolvem bem em vasos), espere a planta enraizar bastante, e se possível deixar que deem flores antes, como quando vc compra na Floricultura, pois lá geralmente esperam dar flores até pra saber a cor da rosa. Depois de bem desenvolvidas, o que denota uma grande porcentagem de raízes, é só plantar no terreno e continuar com a mesma rega semanal. Vi uns cinco vídeos e fiz uma síntese das melhores ideias. Espero que dê certo com vc. Abaixo um vaso com as mudas com folhas, mas ainda tem pouco tempo de plantio, o que certamente revela que não tem um enraizamento adequado. Vc também pode observar o enraizamento desenvolvido através da saída de raízes pelos furos da drenagem, ou plantar em um vaso transparente. Pelos vídeos, todos que explicam o processo nunca aceitam que o enraizamento está bom antes de dois meses de plantados. Já fiz o replantio antes e perdi todas as mudas já com folhas.
Mudas de rosas com batatas (inglesa ou doce)
É assim que se faz
Escolha uma rosa que você goste, remova todas as folhas e corte diagonalmente a cabeça da rosa (aproximadamente 3 centímetros da flor). Se a flor ainda estiver bonita, você pode colocá-la em um minúsculo vaso; vai ficar muito fofo!
Pegue a batata e faça um buraco da largura do caule; certifique-se de que o caule não oscile dentro do buraco. Cubra o fundo do recipiente com 5 centímetros de terra e coloque a batata por cima. Encha o resto do recipiente com terra para vasos. Corte o fundo da sua garrafa de plástico e coloque-a cuidadosamente sobre o caule no solo. Ocasionalmente, regue a rosa (em volta da garrafa) e observe como suas rosas crescem como nunca antes!